Biorepelente com óleos essenciais de plantas da Amazônia é alternativa contra insetos
A Amazônia possui uma rica diversidade de plantas medicinais espalhadas pelas florestas. De acordo com a farmacêutica Adriana Melo, na região é possível encontrar biorepelentes feitos a partir de óleos essenciais de citronela, copaíba e andiroba.
O uso de biorepelentes naturais, feito a partir de matérias primas orgânicas é uma ótima estratégia para manter longe os mosquitos transmissores de doenças como a dengue, chikungunya, zica, malária e febre amarela. Sem causar danos ao meio ambiente o biorepelente pode substituir o uso de inseticidas industrializados que geralmente são usados para combater os mosquitos e outros insetos de dentro de casa.
Os óleos essenciais são eficientes, práticos e podem ser encontrados em feiras e farmácias homeopáticas. “Vale lembrar que eles não contém substâncias tóxicas que possam prejudicar o organismo, sendo ótimas opções para adultos, crianças e gestantes. Já os químicos estão relacionados ao aumento de casos de alergias, asma, rinite e urticária”, alerta.
A maior parte dos repelentes industriais, comprados em mercados ou farmácias, são produzidos à base de um composto químico artificial chamado DEET (N,N-dietil-meta-toluamida). Este composto age nos receptores sensoriais de alguns insetos e inibe a tentativa de alimentar-se do nosso sangue. “Inclusive a Anvisa não recomenda o uso de produtos que tenham uma concentração de DEET acima de 30%, pois é prejudicial para saúde humana”, afirmou a farmacêutica.
Casos confirmados
Em Santarém, a Divisão de Vigilância em Saúde (Divisa) registrou 11 casos confirmados de Chikungunya. Uma pessoa em Mojuí dos Campos também foi diagnosticada com a doença. Para tentar evitar novos registros em Santarém, a Divisa vai deslocar as equipes de agentes de endemias para fazer serviços preventivos e de orientação nos bairros com maior incidência.
Livro com microocapsúlas de biorepelente em escola ribeirinha
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Alunos da comunidade Tapará-Miri, na vázea de Santarém, foram contemplados com o kit de livros que contém biorepelente em suas páginas. As microcápsulas são acionadas durante o manuseio, o raio de proteção durante o uso pode alcançar até 1,5 m e o efeito pode durar até três meses dependendo da frequência da leitura.
A diretora da escola comemorou a iniciativa e os alunos ficaram bastante animados, uma vez que estão protegidos contra os insetos da melhor forma possível, através dos livros. “É só começar a folhear o livro que você já sente. É incrivel”, disse Vânia.
De acordo com o autor do livro, o escritor Ronaldo Barcelos, as microcápsulas foram desenvolvidas por uma empresa que usa tecnologia exclusiva na área química. “O repelente é produzido a partir de um verniz especial, mais um mix de microcápsulas compostas por óleos naturais de citronela, cravo e nim-indiano”, explicou.
Fonte: G1 Santarém (Reportagem: Ana Carolina Maia)