Cerca de 3 mil pessoas visitam a Rua Bernardo Ramos neste fim de semana e fazem uma viagem pela Manaus do Século XX
Surpreendente! Esta foi a principal expressão daqueles que visitaram a Rua Bernardo Ramos, Centro da cidade, no sábado (24) e domingo (25). O projeto “As Portas do Passado Abrindo As Janelas Para o Futuro” transformou uma das Ruas mais antigas da capital amazonense em um corredor do passado, levando, crianças, jovens e adultos para uma viagem na história da Manaus do século XX.
“É como se eu fosse transportada para essa época. A riqueza de detalhes dos figurinos e dos móveis antigos nos causa essa sensação de estarmos de volta ao passado mesmo”, disse a comerciaria Lenemar Barros, 60 anos.
Criado e desenvolvido, pela artista plástica Mônica Bologna, todos os adereços, trajes, cenários e mobiliários foram confeccionados por profissionais, marceneiros, soldadores, pintores, mestre de obras e costureiras, que se encantaram com o projeto e capricharam nos detalhes, por meio de pesquisas minuciosas sobre os anos 20, 30 e 40.
A aposentada Vanda Corrêa, 79 anos, se emocionou ao reviver a época de infância na Manaus antiga e ainda de quando morava na Rua Bernardo Ramos. “Eu morei aqui, no final da rua quando eu era criança. Manaus era uma cidade linda. As pessoas andam bem vestidas, tudo era mais tranquilo e simples. Eu estou encantada com as roupas, os móveis e as músicas que eu ouvia quando era meninas. Tudo perfeito, como naquela época. O Instituto Amazônia está de parabéns por essa ideia”, disse a manauense.
Sucesso de público
Cerca de3 mil pessoas prestigiaram as atrações e atividades nos dois primeiros dias do evento, 24 e 25 , que segue com a programação, sempre nos fins de semana até 12 de dezembro, das 17h às 22h. No sábado (24), os musicais apresentados no cenário do “Cabaré Chinelo” foram a sensação do público que lotou a Rua Bernardo Ramos para conferir a releitura dos espetáculos, de um dos pontos de lazer e diversão mais frequentados de Manaus naquela época.
A Mestre em dança Lia Sampaio, diretora artística do evento, disse estar satisfeita e realizada com o resultado e sucesso das apresentações de dança e o cenário do cabaré. “A partir de muito estudo e pesquisa conseguimos mostrar para o público um pouco do era o Cabaré Chinelo e como ele funcionava. E parabenizo os artistas, bailarinos, atores que se empenharam no trabalho”, disse Lia Sampaio.
A antropóloga Arminda Mendonça participou da Mesa Redonda sobre “Patrimônio Arqueológico”, estudantes, profissionais da área e publico interessado do assunto conferiram o tema.
No domingo (25), além das apresentações de dança no cenário do Cabaré Chinelo, o ponto alto das atrações foi o lançamento do livro “ Desenhos Amazônicos” do artista plástico Moacir de Andrade. Aos 88 anos de idade, um dos maiores nomes da arte brasileira, com obra conhecidas em várias partes do mundo, Moacir de Andrade se emocionou com a recepção de várias crianças que fizeram questão de receber das mãos do artista o livro autogrado por ele. Um momento que já faz parte da histórica de Manaus. “O que faço agora é reafirmar o nome deste projeto: “As Portas do Passado Abrindo As Janelas Para o Futuro”. Décadas depois essas crianças vão mostrar esse livro com meus desenhos e assinatura para seus filhos e netos. Isso é
maravilhosos”, disse Moacir de Andrade.
A Fanfarra da Escola Municipal Ana Maria de Souza Barros, foi outra atração que animou o público, executando marchinhas de carnaval, sambas, MPB, entre muitas outras músicas conhecidas. Todo mundo dançou e ainda acompanhou a fanfarra pelas ruas do entono do Paço Municipal. A cantora Anne Jezini encerrou a programação.
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