Instituto Amazônia apresenta projeto de Revitalização do Marco Zero de Manaus

Além da sociedade civil, estiveram presentes representantes do município, Estado e de órgãos federais, como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).  Com a revitalização do marco zero, área que recebeu os primeiros prédios de Manaus e onde funcionou durante muitos anos os principais órgãos públicos do município, como a sede do da Prefeitura e o Palácio Rio Branco, antiga Assembléia Legislativa do Estado, o Instituto pretende continuar o trabalho de readequação e ocupação das ruas históricas da comunidade São Vicente, antes marginalizadas e esquecidas pelo poder público e pelos moradores da capital.

Além das revitalizações arquitetônicas, há cinco anos o Instituto Amazônia têm trabalhado na área  com acompanhamento socioeconômico junto às famílias de baixa renda,  propondo e executando atividades, oficinas e cursos que levam desenvolvimento aos moradores do entorno. A região reúne outros monumentos culturais que contam a história da cidade como o Hotel Cassina, construído em 1899, e o Paço Municipal.

O diretor-presidente do Instituto Amazônia, Paulo Henrique Castro, explica que uma das propostas do projeto é fazer a revitalização das casas dos moradores da área. “Por termos a sede instalada nesta comunidade, nos sentimos na obrigação de integrar esse circuito histórico do patrimônio de Manaus à população. Esse trabalho começou há dois anos, quando criamos o projeto Caminhos do Frei, que foi possível conhecer essas famílias e integrá-los nas atividades que trouxemos pra região”.

Outra estratégia também criada há dois anos, foi a Feira do Paço, que possibilitou capacitação aos moradores da área e geração de renda. “Não adianta fazer a revitalização dessa área tão importante sendo que a grande maioria da  população de Manaus não conhecia esse pedaço. Hoje, com os projetos que desenvolvemos há dois anos, voltamos a ocupar a praça Dom Pedro II (primeiro sítio arqueológico de Manaus) e trazer opções culturais para o público”.

Com o ‘Caminhos do Frei’, o instituto foi a única entidade no Amazonas a ser contemplada no edital do Projeto Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, que incentiva iniciativas de desenvolvimento e cidadania pelo País. Para uma das moradoras da área, Maria de Fátima Dias, 75, que nasceu e se criou na área, a revitalização será a realização de um sonho. “Esse é sem dúvidas o lugar mais bonito de Manaus. Todos estamos felizes e com autoestima mais elevada depois de tantas atividades que vem acontecendo na nossa comunidade”.

Para que o espaço seja recuperado, o Instituto vai começar a captar, a partir de agora, fundos para as obras de revitalização. A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Karla Bitar, informou que o projeto já foi apreciado pelo órgão, que oferecerá todo apoio para o projeto. “A iniciativa é maravilhosa e sem dúvidas é um momento memorável, que além de trazer mais beleza à área, oferece o desenvolvimento social e resgate das atividades culturais e ambientais para o local. Esperamos que os empresários se sensibilizem com esse projeto lindo e ajudem a preservar a memória deste lugar, que dizem que foi onde a cidade de Manaus começou”.